quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Meu querido,
Desejo que de qualquer parte possas ler esta carta
Anseio e tenho esperança que para ti ela parta

Já sinto tantos os dias,
Longe de ti, e com todas as ausências reflectidas
Sinto que te perdi realmente,
E não consigo desvanecer esta dor envolvente

Talvez tenha sido o mar que te levou
Mas porque teria ele te levado a mim?
E agora roubou,
Tudo o que hoje foi o meu fim

Esta é a ultima carta que te envio
Será a ultima a afundar o navio
Porque todas as tentativas
Afundaram-se tornando-se as minhas feridas

Tenho que aceitar que o mar te levou,
Tenho que acreditar que no vento tudo voou
E quem sabe um dia chegue a ti
A vontade que tive de amar-te só a ti

Todos os sorrisos, e abraços
Todos os momentos, hoje fracassos
Eu tudo perdi,
Tudo deixei pelo que vivi

E sinto a ondulação
Já não é igual
O teu coração parou
E tudo no mar é desigual

E sempre que oiço os murmúrios
Dizerem que o teu silêncio é mudo
Apetece arrancar
Todos os sentimentos que me fazem te amar

Morreste mas não em mim,
Não aceito ser este o teu fim
Cruel destino e ironia
Que te fez pagar cada dia

Tal como te conheci,
Hoje também te perdi
Da forma como soube de ti,
Tento comunicar o sentimento que envolvi

Quero ser tua para sempre,
Não consigo mudar
O sentimento que quer te agarrar
Em ter-te eternamente

A dor reflecte-se em mim de forma esmagadora
Mas luto por ti, sendo sofredora
De um sentimento que não devolvi
Sempre que me deste e eu recebi

Mesmo passado todo este tempo
Relembro cada recordação e momento
Ainda tudo vivo em mim,
Meu amor, não quero que seja o fim

Mas tanto valor mostras-te
Desta história que em mim renasce
Para ser recontada e ressentida
Meu amor, terei força ou serei mera vencida?

Toda a força que te dei,
Em mim usá-la não sei
Mas hoje sei e entendo
Cada sentimento que vinhas dizendo sofrendo

E sempre que estou a tentar,
Todas as palavras acabam por regressar
Não consigo me despedir
Não tenho vontade de partir

Ficaria aqui para sempre,
Olhando o mar, somente…
Esperando qualquer sinal,
Que me pudesse fazer crer no teu olhar

(Ela sorriu)
Acredito que o meu sonho partiu,
E a ti, irá chegar
Dono do meu coração, senhor do meu Mar!

Não me irei despedir
Amanhã estaremos de novo, a sorrir
Quem sabe a voar,
Sobre a nuvem mais alta, ou no mar a flutuar

Não te direi,
Nem um Adeus, meu Amor
Amanhã não haverá mais dor
E quem sabe eu amar-te-ei


Patrícia Vieira
2.01.2009

1 comentário:

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