quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Lágrimas derramadas

E parece que tudo voou com o tempo
Todas as músicas do momento,
E todas as palavras que ditam ao firmamento
Parecem dispersar-se num desalento

Todas as folhas já escritas
Voam, não mais são palavras proferidas
E ainda tento agarrá-las
Mas tudo me foge, o vento está a despedaçá-las

Talvez quero dizer apenas “basta”
Tudo o que levas, tudo o que afasta
É cada pedaço e sentimento tão meu
É cada pensamento, e um lugar teu

As lágrimas acabam por surgir
Entre indecisões que me levam a pensar
Que caminho seguir
Deixarei o vento me levar?

Quem sabe nas asas dele também poderei voar
Sobre imagem tão desfeita como as folhas no ar
Mas talvez sentirei a libertação
De um grito, que chamarão “trovão”

Patrícia Vieira
9.12.2008

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