sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Queria somente afastar as simples memórias, queria deixar todas as forças contraditórias.
Um passado me puxa, mesmo quando tento despedaçá-lo de mim.
Ele lembra, ele relembra, ele puxa-me, ele quere-me!
Recordações, sonhos e pesadelos que me perseguem dia após dia, pergunto eu perante a luz do dia, qual será a razão de sua existência, perante os meus olhos desvanecesse o mundo.
Eu não quero saber do sonho que voou, do pensamento que se soltou, ou do lugar que qualquer força levou.
Não quero saber do amor não correspondido, da familia perdida, do eu apagado.
Eu não quero saber, e dou tudo o que tenho e não tenho em mim, dou todo o mundo que e desmoronou e aos poucos entre lutas, desistências, e glórias contrui.
Posso dar tudo, mas será que algum segundo de mim aceitam?
Já nem as estrelas me olham, estás simplesmente dispersas no ar, como se cada uma fosse independente de qualquer coisa, e conseguisse brilhar sozinha, já nem elas precisam que eu as obeserve.
O mar bate tão calmo nas rochas, quando o toco, já não sinto a mesma frescura na minha face que me fizesse prenunciar com o mesmo amor "Ho meu mar!"
O vento leva tudo o que me resta de sorrisos e lágrimas, de pensamentos e memórias.
E a lua, vai diminuindo com o passar dos dias, esquecendo e desvanecendo quem sou!
O que será amanhã de mim? Senão o nada, senão uma razão degradada.
Desejo, que tudo voe para longe e que a paz possa reinar no inexistente de mim.
Quase que desejo me resumir a cinzas e pó, e voar com o vento por todos esses ceus libertos, cheios de atalhos dispersos, que me poderiam levar, onde não sei.
Mas tantas vezes caminhei, sozinha, no desconhecido. Esta seria somente mais uma, mais uma num lugar perdido!
Apenas a diferença estaria em estar perante a Natureza, e ela me acolher.
Sem humanos, sem sociedade, sem pais, sem irmãos, sem amigos, sem razões.
Somente eu e a Natureza, esquecendo o que quer que aconteca.
Porque eu já não tenho mais nada.
Vou tomar os caminhos conhecidos pelos meus pés, e desvanecidos do meu olhar, e só os meus passos me dirão onde me irão levar, não temo o presente, temo que o passado penetre nele constantemente, pois é ele que me aflige, sempre que a força me ergue e ele em flecha me atinge,
Destruindo o meu Ser.


Patrícia Vieira

2 comentários:

  1. outro texto lindo.
    és uma pessoa muito forte minha pequena Florbela

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  2. li este texto a ouvir a música "Keep Breathing - Ingrid Michaelson"...
    comecei a ler quando a música começou, e quando terminou o texto, também a música acabou.
    Foi um sincronismo perfeito e tanto a letra da música como a melodia encaixa perfeitamente.

    no final, tinha lágrimas a querer escorrer do olho.

    és fantástica!!

    *Geuffer

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