segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Pensamentos



Conquistas abstractas, sonhos desfeitos, ilusões vencidas, batalhas perdidas, vida questionada, pensamento alheio, e tudo o que sou é diferente de quem me observa. O mar escuta as minhas palavras, mesmo aquelas que não prenuncio. Nele reflecte o sol, que deixa o mar translúcido e sereno. As ondas desenrolam-se como se tocassem no corpo de uma mulher, tão carinhosamente, e ao mesmo tempo tão demorada a chegada à beira mar. Quando a onda se deixa desenrolar até à areia, é tão intenso quando depois retoma o mar. Foi como um beijo prolongado na areia, tal como se beijasse uma mulher e lhe despertasse todos os sentidos. Depois o beijo vai embora, enquanto a mulher e a areia chora por um regresso. É quando a corrente traz de volta o beijo que o vento levou.
Palavras incertas, talvez sim muito poucas. O percorrer dos lábios no seu corpo, do seu toque, ou o simples olhar que se cruza transbordas sentimentos inigualáveis e desde sempre os mais desejáveis.
Vejo nos sinais verde, laranja, vermelho é a hora de parar, ainda que por momentos o tenhamos de fazer é sempre agradável, ao ver o baloiçar dos barcos no mar, flutuam com tamanha delicadeza. O horizonte diz-me mil e uma palavras, repetidas algumas delas, de forma a criar ênfase no meu pensamento.
É uma posição de equilíbrio e paz ao mesmo tempo incontável, e nem sei se se torna desejo saber o que está para além dele, é inexplicável observá-lo, e isso por enquanto chega-me e completa-me.






Patrícia Vieira

2 comentários:

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