sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ó morte


Tristes são os enredos da solidão
Imaculada, senhora sem coração
O olhar escondido,
Não transparece nem um sentido escolhido.

No silêncio dos meus passos,
Sombra minha, sobre cansaços
E… Ó minha morte, chama…
Todo o meu nome, á tua voz, proclama.

Na tua gélida pele
Eu grito e toco-lhe,
No seu olhar foco-lhe
Um sorriso forçado de mel!

Triste senhora, és dona, és minha
Razão única sem qualquer adivinha
Quero entrelaçar-me nos teus braços,
Caminhar contigo e escutar os nossos passos.

Ser única, ser nada, ser ninguém…
Por nenhum instante me julgaram alguém
E ser a tua vaga luz,
Que te queima e aprisiona na tua cruz.

Patrícia Vieira
22.Abril.2009

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